Política monetária brasileira está equivocada 

A política monetária brasileira, baseada em um tripé macroeconômico ultrapassado (meta de inflação, superávit primário e câmbio flutuante), está equivocada.

Por Ana Beatriz Leal

A política monetária brasileira, baseada em um tripé macroeconômico ultrapassado (meta de inflação, superávit primário e câmbio flutuante), está equivocada. Segundo o professor, escritor, assessor estratégico e financeiro, José Kobori, palestrante do segundo dia da 27ª Conferência dos Bancários da Bahia e Sergipe, neste sábado (19/07), no Hotel Portobello, em Salvador, nenhum país se desenvolve com esta trindade. 
 

O Brasil depende da política monetária dos EUA, um modelo neoliberal, baseado na transferência invertida de renda, em que a base, a camada mais pobre da sociedade, transfere recursos para as poderosas elites. 
 

Ex-bancário e crítico da Faria Lima, perfumada, egoísta e egocêntrica, José Kobori lembrou que o grande capital não perdoa e, obviamente, não tem consciência nem responsabilidade social, está sempre atrás de cada vez mais retorno. Uma das formas de exploração é a taxa básica de juros escandalosa. Hoje a Selic está em 15% ao ano. 
 

Ele também criticou a concentração no sistema financeiro. Lembrou que os bancos lucraram no ano passado R$ 114 bilhões. Se o sistema fosse estatal, esse dinheiro, que foi sugado da sociedade, seria reinvestido, e não distribuído. A alternativa seria mudar a realidade pela via democrática e ganhar a luta política. Para José Kobori, um dos mecanismos para sair desta situação é furar a bolha e conseguir se comunicar com a população. 
 

Histórico
O professor também fez um retrospecto da evolução histórica do sistema financeiro global e como ele chegou no modelo neoliberal. A explanação passeou pela era de ouro do capitalismo e a dependência do Sistema Euro – Dólar, que torna as nações dependentes dos EUA. “Não podemos ficar refém dos Estados Unidos. Hoje o mundo tem uma alternativa, a China”.