Senado aprova nova faixa do IR

A mudança alcança cerca de 25 milhões de trabalhadores, representando um avanço concreto na recomposição do poder de compra da classe média e um passo firme rumo à justiça tributária.

Por Camilly Oliveira

O Senado consolidou nesta quarta-feira (05/11) uma das maiores vitórias do governo Lula na área econômica e social: a aprovação do projeto que isenta do Imposto de Renda quem ganha até R$ 5 mil por mês e reduz as alíquotas até R$ 7.350. O texto, aprovado por unanimidade, amplia a faixa de isenção, hoje limitada a R$ 3.076, e cria uma nova tributação sobre rendas acima de R$ 600 mil anuais.

 

 

A mudança alcança cerca de 25 milhões de trabalhadores, representando um avanço concreto na recomposição do poder de compra da classe média e um passo firme rumo à justiça tributária.

 

 

Relatado por Renan Calheiros (MDB-AL), o PL 1.087/2025 foi aprovado em regime de urgência e sem mudanças no conteúdo aprovado pela Câmara, o que garante sua entrada em vigor já em janeiro de 2026. O relator barrou dez emendas que tentavam alterar o texto e destacou que a proposta corrige distorções históricas de um sistema que sempre pesou sobre o trabalhador, poupando dividendos e grandes fortunas.

 

 

Segundo o Ministério da Fazenda, o impacto fiscal será neutro. A renúncia de cerca de R$ 35 bilhões será compensada com a criação de um Imposto de Renda mínimo de 10% sobre rendas anuais acima de R$ 1,2 milhão. O ministro Fernando Haddad afirmou que a medida vai impulsionar o consumo, aliviar o endividamento das famílias e pode acrescentar até 0,6 ponto percentual ao PIB (Produto Interno Bruto) em 2026.

 

 

De Belém, onde participa da COP30, Lula comemorou a aprovação como “uma vitória da justiça social” e deve sancionar o texto até terça-feira (11/11). A ministra Gleisi. Tão importante quanto isentar quem ganha pouco é fazer os muito ricos contribuírem com sua justa parte. O país começa agora a corrigir uma distorção de um sistema que cobrava mais de quem tem menos.