Política social no comando: menor índice de desigualdade
A renda dos 40% mais pobres da população foi a que mais cresceu, passando de R$ 474,00 por pessoa em 2021 para R$ 670,00 em 2024, o maior patamar já registrado.
Por Julia Portela
A concentração de renda nas grandes cidades brasileiras registrou o menor índice da história em 2024, segundo o Boletim Desigualdade nas Metrópoles, elaborado pelo Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia Observatório das Metrópoles, em parceria com o Laboratório de Desigualdades, Pobreza e Mercado de Trabalho da PUC-RS e a Rede de Observatórios da Dívida Social na América Latina. O Índice de Gini, principal medidor da desigualdade, chegou a 0,534, revelando avanços significativos na distribuição de renda.
Os dados expõem um cenário de recuperação social e econômica, impulsionado por políticas públicas voltadas à valorização do trabalho e à renda. O reaquecimento do mercado de trabalho, a redução do desemprego e o retorno da política de valorização real do salário mínimo foram fatores determinantes para a melhoria das condições de vida da classe trabalhadora.
A renda dos 40% mais pobres da população foi a que mais cresceu, passando de R$ 474,00 por pessoa em 2021 para R$ 670,00 em 2024, o maior patamar já registrado. Essa elevação contribuiu diretamente para a redução da pobreza, que caiu de 31,1% em 2021 para 19,4% em 2024, retirando cerca de 9,5 milhões de pessoas da linha da pobreza. O avanço demonstra que políticas de redistribuição e fortalecimento do salário mínimo são instrumentos eficazes para enfrentar as desigualdades estruturais do país.
A melhora na renda das camadas mais baixas também revela o impacto das ações de reconstrução do Estado de bem-estar social, desmontado durante os anos de austeridade e cortes promovidos por governos de viés neoliberal como Temer e Bolsonaro. O fortalecimento das políticas públicas, do emprego formal e da proteção social demonstra que o desenvolvimento econômico só é legítimo quando caminha junto com a redução das desigualdades.