Desigualdade racial aumenta no mercado de trabalho 

Relatório do Gemaa (Grupo de Estudos Multidisciplinar da Ação Afirmativa), da Uerj (Universidade do Estado do Rio de Janeiro), aponta que a taxa de desocupação entre negros tem aumentado em relação à brancos no período de 35 anos. 

No Brasil, o mercado de trabalho é desigual e racista. O relatório do Gemaa (Grupo de Estudos Multidisciplinar da Ação Afirmativa), da Uerj (Universidade do Estado do Rio de Janeiro), aponta que a taxa de desocupação entre negros tem aumentado em relação à brancos no período de 35 anos. 


Em 1987, o índice de desemprego de negros e indígenas era de 3,91%, enquanto o de brancos e amarelos era de 3,38%. Com os passar dos anos os números cresceram, com desvantagem para os pretos, só que com diferenças que não chegavam a três pontos percentuais. 


A partir de 2015, com o avanço da política ultraliberal, o patamar foi ultrapassado. A taxa de desocupação de negros era de 10,51%. Já a de brancos era de 7,31%. O cenário piorou a partir de 2020, ano de início da pandemia de Covid-19, quando o desemprego de negros chegou a 17,27%, contra 11,98% dos brancos. Em 2021, a diferença ficou em 4,23 pontos.


O estudo ainda mostra que, no período entre 1987 e 2022, mais brasileiros se identificaram como pretos, pardos e indígenas. Além disso, houve uma redução na desigualdade racial e na educação formal. Mas, não significa queda das diferenças entre ambos no mercado de trabalho.