Pobre paga impostos. Super-rico, não

A fração do 0,1% mais rica do país compromete apenas 10% da renda com impostos, enquanto a parcela mais pobre destina 32% para o mesmo. É o que aponta estudo da Oxfam Brasil.

Por Itana Oliveira

A desigualdade na tributação brasileira é exorbitante e afeta principalmente os mais pobres. A fração do 0,1% mais rica do país compromete apenas 10% da renda com impostos, enquanto a parcela mais pobre destina 32% para o mesmo. É o que aponta estudo da Oxfam Brasil.

 

O assunto voltou ao centro dos debates depois que o governo Lula foi para cima e na tentativa de aumentar a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil e taxar os super-ricos.

 

A medida, se aprovada, beneficiará 10 milhões de brasileiros. A proposta busca custeamento através de alíquota mínima de 10% para, aproximadamente, 141 mil pessoas que recebem mais de R$ 50 mil por mês, ou seja, apenas 0,13% da população é capaz de arcar com o desencargo de 10 milhões de cidadãos, fato que expõe o tamanho concentração de renda no país.

 

A análise expressa ainda mais uma disparidade: apenas 19% dos 0,1% mais abastados são mulheres e 20% são pretas e pardas, ou seja, a maioria dos super-ricos é composta por homens brancos. O clichê é um fato: a desigualdade tem cor no Brasil.