Pais exaustos. Crianças nas telas
Desde a crise financeira de 2008, o capitalismo passou por uma remodelação que intensificou a precarização das relações de trabalho, a instabilidade econômica e a sobrecarga das famílias. Paralelamente, o avanço da tecnologia, sobretudo com as redes sociais, transformou a maneira como os cidadãos se comunicam, consomem informação e se relaciona.
Por Camilly Oliveira
Quatro em cada 10 pais e responsáveis acreditam que as crianças passam mais tempo do que deveriam em frente às telas. É o que aponta pesquisa do Datafolha. Entre os 822 entrevistados, 40% disseram que o tempo dedicado a celulares, computadores e TV é excessivo, enquanto 38% consideram o uso adequado e 22% avaliam que é até menor do que deveria.
O uso excessivo de telas por crianças está diretamente ligado ao ritmo de vida acelerado e às exigências do mundo contemporâneo, marcado por jornadas de trabalho cada vez mais longas, hiperconectividade e uma cultura que valoriza a produtividade acima de tudo.
Desde a crise financeira de 2008, o capitalismo passou por uma remodelação que intensificou a precarização das relações de trabalho, a instabilidade econômica e a sobrecarga das famílias. Paralelamente, o avanço da tecnologia, sobretudo com as redes sociais, transformou a maneira como os cidadãos se comunicam, consomem informação e se relaciona.
Nesse cenário, muitos pais, sem tempo, rede de apoio ou recursos para alternativos de lazer, acabam recorrendo às telas como forma de entreter os filhos. Mesmo conscientes de que não é a melhor opção, o cansaço e a falta de opções pesam. A pesquisa do Datafolha comprova a realidade.