Educação não cabe em uma tela
O avanço da inteligência artificial (IA) e das novas tecnologias tem provocado intensos debates entre educadores, gestores públicos, pesquisadores e até mesmo o setor privado. Embora o acesso a ferramentas digitais possa ampliar a pesquisa e o aprendizado, é preciso compreender que tecnologia é suporte e não substituto do processo pedagógico. A educação não pode ser guiada pelo lucro das big techs, mas, sim, pela formação crítica e humana dos estudantes.
Por Julia Portela
O avanço da inteligência artificial (IA) e das novas tecnologias tem provocado intensos debates entre educadores, gestores públicos, pesquisadores e até mesmo o setor privado. Embora o acesso a ferramentas digitais possa ampliar a pesquisa e o aprendizado, é preciso compreender que tecnologia é suporte e não substituto do processo pedagógico. A educação não pode ser guiada pelo lucro das big techs, mas, sim, pela formação crítica e humana dos estudantes.
O relatório do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa) de 2022, divulgado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), confirma o alerta: estudantes que usaram smartphones e outros dispositivos de cinco a sete horas por dia obtiveram notas mais baixas. Além disso, 65% dos entrevistados admitiram se distrair nas aulas devido ao uso do celular, tablets ou laptops. Os números reforçam que a tecnologia, quando mal dosada, mais atrapalha do que ajuda.
A promessa de “modernização” não pode servir de desculpa para enfraquecer a escola ou substituir livros, professores e o contato humano por telas. A realidade mostra que o uso excessivo de aparelhos compromete a atenção, prejudica a interação social e pode afetar funções cognitivas, tornando os alunos mais dispersos e menos críticos, exatamente o oposto do que a educação deve promover.