As contradições do sistema financeiro

Um dado para reafirmar que não existe coincidência no sistema financeiro. Os três bancos que mais têm demitido e fechado agências no Brasil, o fato inclusive é objeto de audiência pública na Assembleia Legislativa da Bahia, nesta sexta-feira (15/08), a partir das 10h, proposta pelo deputado estadual Bobô, são os que mais registram lucros exorbitantes. 

Por Ana Beatriz Leal

Um dado para reafirmar que não existe coincidência no sistema financeiro. Os três bancos que mais têm demitido e fechado agências no Brasil, o fato inclusive é objeto de audiência pública na Assembleia Legislativa da Bahia, nesta sexta-feira (15/08), a partir das 10h, proposta pelo deputado estadual Bobô, são os que mais registram lucros exorbitantes. 
 

Itaú, Bradesco e Santander lucraram R$ 21,234 bilhões no segundo trimestre de 2025, alta de 17% em relação ao mesmo período do ano anterior. Enquanto os resultados são celebrados pelos banqueiros, bancários são demitidos. Os que ficam remanescentes nas unidades temem por demissões, são assediados e adoecem. A população também fica a ver navios, em busca de atendimento. 
 

O Itaú obteve lucro recorrente de R$ 22,6 bilhões no primeiro semestre deste ano e, apesar da impressionante marca, fechou 518 postos de trabalho e 223 agências no último ano.
 

O movimento de cortes se repete no Bradesco, que lucrou R$ 11,9 bilhões no primeiro semestre, mas fechou 482 agências. Na Bahia, de 2023 até abril deste ano, foram 31 unidades e 65 Postos de Atendimento encerrados. Em âmbito nacional, 1.216 PAs deixaram de existir. 
 

Com R$ 7,5 bilhões de lucro nos cofres, o Santander eliminou 1.173 postos de trabalho e fechou 561 unidades em todo o Brasil. Sem contar as fraudes trabalhistas, substituindo contratação formal por pejotização. 
 

Os bancos tentam “justificar” a postura impiedosa como reestruturação. Tudo balela. É uma decisão estratégica que visa apenas o aumento dos lucros, em detrimento dos trabalhadores e da população. As agências, que antes eram locais de atendimento personalizado e de proximidade com os clientes, agora desaparecem, sem que as empresas considerem o impacto social das mudanças.