A guerra invisível contra quem defende a vida

Entre 2023 e 2024 foram identificados 486 ataques, entre ameaças, atentado à vida, assassinatos, agressões físicas e deslegitimação. Desses, 80,9% foram ligados à defesa ambiental e territorial. Os dados são do relatório Na Linha de Frente (Justiça Global/Terra de Direitos).

Por Camilly Oliveira

Entre as roças de soja, cercas e discursos inflamados da extrema direita, a violência cresce de forma assustadora.  

 


Entre 2023 e 2024 foram identificados 486 ataques, entre ameaças, atentado à vida, assassinatos, agressões físicas e deslegitimação. Desses, 80,9% foram ligados à defesa ambiental e territorial. Os dados são do relatório Na Linha de Frente (Justiça Global/Terra de Direitos).

 


No campo, pistoleiros executam ordens de fazendeiros, enquanto a polícia, responsável por 18% das violações, opera como extensão armada da elite agrária. O agronegócio, que exporta grãos e carne para a Europa com selo “verde”, oculta contratos de sangue e processos fraudulentos para expulsar comunidades. 

 


Não é disputa fundiária, mas projeto político de extermínio de quem insiste em permanecer na terra. A Bahia, ao lado do Pará e do Mato Grosso do Sul, sintetiza o que sustenta a barbárie, como grilagem, desmatamento, concentração fundiária e silêncio estatal. O estado lidera as execuções no país, com 10 casos em dois anos.