Ultraliberalismo tira jovens da escola para ajudar a família

Cerca de 85% dos adolescentes nesta faixa etária estão sem estudar hoje. Apenas 15% afirmam frequentar as aulas, aponta pesquisa do Sesi e Senai. A população mais afetada pela evasão escolar é a mais vulnerável

O avanço do ultraliberalismo nos últimos seis anos no Brasil mudou a realidade de milhões de pessoas. Para pior. A recessão econômica que o país atravessou, o aumento do desemprego e da fome, sobretudo entre 2019 e 2022, obrigaram milhões de jovens acima de 16 anos a abandonarem a escola para ajudar no sustento da família.


Cerca de 85% dos adolescentes nesta faixa etária estão sem estudar hoje. Apenas 15% afirmam frequentar as aulas, aponta pesquisa do Sesi e Senai, realizada pelo Instituto FSB Pesquisa e divulgada nesta sexta-feira (26/05). 


A população mais afetada pela evasão escolar é a mais vulnerável e a principal motivação é a necessidade de trabalhar para ajudar a manter a família. Entre os entrevistados, 47% apresentaram a justificativa. Outros 12% afirmaram que largaram os estudos para conquistar o próprio dinheiro ou autonomia.


Um outro estudo divulgado em 2022 pela ONG Todos pela Educação revelou que a evasão escolar cresceu 171,1% na comparação com 2019. O número de pessoas fora da escola varia de acordo com a região. No Sul, a fatia representa 89% da população acima de 16 anos. Depois aparecem Sudeste (86%), Norte/Centro-Oeste (83%) e Nordeste (82%).


As mulheres são as que mais abandonam, 86%. Entre os homens que afirmam não estarem matriculados em qualquer unidade de ensino, o índice é de 84%.