Quiet Quitting e os reflexos da desvalorização
Embora não seja um comportamento novo, o fenômeno se tornou visível com o avanço do desengajamento, especialmente entre os mais jovens.
Por Julia Portela
Baixos salários, falta de perspectivas e ambientes que adoecem estão entre os principais fatores que alimentam o chamado quiet quitting (termo que ganha força no Brasil e se refere a trabalhadores desmotivados, que deixam de se engajar com a empresa e passam a cumprir apenas o básico).
Embora não seja um comportamento novo, o fenômeno se tornou visível com o avanço do desengajamento, especialmente entre os mais jovens. As novas gerações colocam em pauta temas como valorização profissional, saúde mental e possibilidades reais de crescimento. Quando não encontram, o desânimo vira resistência.
Levantamento da plataforma PinPeople mostra que 48,2% dos profissionais já relatam impactos negativos à saúde mental no ambiente de trabalho. O quiet quitting surge como resposta silenciosa de quem, diante da insatisfação, busca outras oportunidades, muitas vezes esperando o momento certo para sair da empresa sem culpa ou receio.
As empresas precisam romper com o abismo entre o discurso e a prática. É urgente construir culturas organizacionais coerentes, com respeito aos trabalhadores e condições dignas de desenvolvimento. Só assim será possível reverter o cenário e retomar o engajamento com base na valorização real do trabalho.