Carnes processadas são um risco à saúde

Quem nunca improvisou um macarrão com salsicha em dia de pressa? Ou caiu de boca naquele cachorro-quente depois de uma noite na festa? Ou preparou um sanduíche reforçado com presunto, salame, bacon... Pois é. Os clássicos da cozinha rápida e popular fazem parte da vida de milhões de brasileiros. Desde a merenda escolar até os lanches de rua. Mas o que parece inofensivo, prático pode esconder riscos à saúde, especialmente das crianças.

 

 

Estudo publicado pela revista Nature Medicine reacendeu o alerta sobre os perigos do consumo de carnes processadas. Poucos sabem, mas alimentos como salsicha, linguiça, bacon, presunto e salame estão na mesma categoria de risco de câncer que o cigarro, segundo a IARC (Agência Internacional de Pesquisa em Câncer), ligada à OMS (Organização Mundial da Saúde).

 

 

Os alimentos fazem parte do grupo 1 de agentes cancerígenos, ou seja, há fortes evidências científicas de que causam câncer em humanos, em especial o de colorretal, o terceiro mais comum no Brasil, com mais de 45 mil casos por ano, de acordo com o Inca (Instituto Nacional de Câncer).

 

 

Segundo a pesquisa, não existe quantidade segura para o consumo das carnes. Os efeitos podem surgir mesmo com porções pequenas. Um único cachorro-quente por dia, por exemplo, aumenta significativamente o risco de doenças graves, como diabetes tipo 2 e o tumor no intestino grosso.

 

 

O estudo ainda comparou as carnes processadas com outros vilões. Uma lata de refrigerante por dia, por exemplo, aumenta em 8% o risco de diabetes e em 2% o de doença cardíaca isquêmica.

 

 

Embora os riscos estejam comprovados, o acesso à alimentação saudável ainda é um desafio enorme no Brasil. Para muitas famílias, o macarrão com salsicha é a única opção que cabe no bolso. Praticidade, preço acessível e longa validade tornam os produtos comuns nas mesas dos brasileiros mais vulneráveis.