Amazônia não é mercadoria: é vida e futuro
Impulsionados por Brasil e Colômbia, os países da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA) devem assinar, nesta sexta-feira (22), em Bogotá, declaração conjunta de apoio ao Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF).
Por Julia Portela
Impulsionados por Brasil e Colômbia, os países da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA) devem assinar, nesta sexta-feira (22), em Bogotá, declaração conjunta de apoio ao Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF). O mecanismo será lançado oficialmente durante a COP30, em Belém, e se propõe a financiar ações de preservação em vez de premiar a destruição.
O fundo surge como resposta política e estratégica contra séculos de exploração predatória, nos quais grandes corporações e países ricos lucraram com a devastação das florestas tropicais, deixando para trás desigualdade, violência e destruição ambiental. Agora, os países amazônicos afirmam que a floresta não pode continuar sendo mercadoria para alimentar o capital internacional, mas patrimônio dos povos que nela vivem e de toda a humanidade.
A Cúpula da Amazônia contará com a participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do presidente colombiano Gustavo Petro, que têm colocado o tema climático no centro do debate político. A agenda também prevê diálogo com organizações da sociedade civil, reforçando que não há justiça climática sem justiça social.
A Amazônia não é apenas um “recurso natural” ou um território a ser explorado por garimpeiros e madeireiros ilegais. Trata-se de um símbolo estratégico de soberania e de sobrevivência para o planeta, essencial para o regime de chuvas, para a captura de carbono e para a manutenção da vida.
Ao apoiar o Fundo, Brasil e Colômbia buscam fortalecer uma articulação internacional que valoriza a preservação, garante recursos para povos indígenas e comunidades tradicionais e enfrenta o modelo ultraliberal que sempre colocou o lucro acima da vida.