Lucro que sufoca crianças
Nas últimas décadas, o avanço desenfreado da industrialização, movido pelo lucro, ignorou de forma consciente os alertas sobre os impactos ambientais e sociais da destruição do planeta.
Por Julia Portela
As mudanças climáticas, alimentadas por um modelo econômico ultraliberal, afetam diretamente a saúde respiratória das crianças, especialmente as mais pobres e vulneráveis. É o que mostra uma revisão de estudos publicada no Jornal de Pediatria, da SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria), que aponta o aumento de doenças alérgicas e infecções como consequência direta da exposição precoce à poluição e aos eventos extremos do clima.
Nas últimas décadas, o avanço desenfreado da industrialização, movido pelo lucro, ignorou de forma consciente os alertas sobre os impactos ambientais e sociais da destruição do planeta. O desmatamento, a urbanização sem controle e a emissão de gases poluentes são efeitos colaterais diretos de um sistema que trata a natureza e a vida humana como descartáveis.
Desde cedo, milhões de crianças convivem com a vulnerabilidade na saúde e com dificuldade para respirar ar limpo. A exposição precoce compromete o pleno desenvolvimento da função pulmonar e deixa sequelas duradouras, reduzindo a resistência do organismo a outras agressões no futuro.
A consequência? Um sistema de saúde pressionado, uma geração adoecida, e mais um exemplo do descaso das elites econômicas. Enquanto grandes corporações lucram com a destruição ambiental, são crianças que enfrentam de forma direta os impactos do modelo desumano.