No mundo, 1 bilhão de mentes transtornadas 

O dado alarmante da OMS (Organização Mundial da Saúde) revela que mais de um bilhão de pessoas em todo o planeta vivem com algum tipo de transtorno mental, incluindo ansiedade e depressão.

Por Ana Beatriz Leal

Aquela frase: “seja gentil e calmo com as pessoas, quase ninguém está bem” nunca fez tanto sentido. O dado alarmante da OMS (Organização Mundial da Saúde) revela que mais de um bilhão de pessoas em todo o planeta vivem com algum tipo de transtorno mental, incluindo ansiedade e depressão. São vítimas do sistema, do capital ou da própria genética. 


De acordo com a OMS, os transtornos de saúde mental são prevalentes em todos os países e comunidades e afetam pessoas de todas as idades e níveis de renda. Mas, os fatores determinantes não dizem respeito apenas a questões individuais, como a capacidade de administrar os pensamentos e as emoções, mas também fatores sociais, econômicos, políticos, culturais e ambientais. 


A realidade global impõe aos governos maiores investimentos em políticas e programas de saúde mental. O mundo capitalista força o indivíduo, desde cedo, a correr sem parar, a competir e a produzir, fatores desencadeantes do adoecimento. 


A pressão constante de um mundo que valoriza a produtividade e a competitividade acima do bem-estar individual é uma bomba-relógio. Em muitos casos, o sofrimento psíquico não se traduz em sintomas físicos visíveis, mas nas sombras da mente. A invisibilidade dos distúrbios torna ainda mais difícil a discussão aberta, alimentando o estigma em torno de quem sofre. 


O Setembro Amarelo, mês de prevenção ao suicídio, é uma boa oportunidade para derrubar tabus e discutir o tema, embora o debate e as ações precisem acontecer o ano inteiro. De acordo com a OMS, cerca de 721 mil pessoas tiraram a própria vida em 2021.