Livros contra alienação digital

A falsa sensação de “conectividade” tem sido usada como alívio para famílias sobrecarregadas, enquanto crianças passam a infância mergulhadas em estímulos rápidos, dispersos e sem profundidade.

Por Julia Portela

Dia Nacional do Livro, celebrado nesta quarta-feira (29/10), reforça a urgência de recuperar o hábito da leitura como instrumento de formação crítica e emancipação humana. A substituição das páginas pelas telas, intensificada pelo avanço tecnológico, transformou o gesto de folhear em deslizar os dedos, um símbolo da superficialidade informacional imposta pelo ritmo das redes.

 

 

A falsa sensação de “conectividade” tem sido usada como alívio para famílias sobrecarregadas, enquanto crianças passam a infância mergulhadas em estímulos rápidos, dispersos e sem profundidade. Essa rotina de consumo acelerado de conteúdo digital fragiliza o desenvolvimento emocional e intelectual, reduzindo a capacidade de concentração e reflexão.

 

 

O livro, ao contrário, é ferramenta de construção da consciência. Estimula o pensamento crítico, amplia o vocabulário e fortalece a sensibilidade humana, bases indispensáveis para a formação de cidadãos capazes de interpretar o mundo e transformá-lo.

 

 

Garantir o acesso à leitura deve ser prioridade, ter políticas públicas que promovam bibliotecas nas escolas, feiras literárias e programas de incentivo à leitura são fundamentais para enfrentar a lógica mercantil que transforma conhecimento em produto e alienação em lucro.

 

 

Num cenário dominado pela inteligência artificial e pela produção massiva de conteúdo raso, ler é um ato de resistência. O livro segue sendo a arma mais potente contra a manipulação, o conformismo e a desumanização.