Lucro do Santander cresce, agências somem e bancários adoecem

Entre junho de 2024 e junho de 2025 foram encerradas 558 agências e unidades bancárias, queda de 2.446 para 1.888 unidades físicas de atendimento em todo o país.

Por Rose Lima

O Santander registrou lucro líquido de R$ 11,52 bilhões entre janeiro e setembro deste ano, R$ 4 bilhões apenas no terceiro trimestre, conforme balanço divulgado nesta quarta-feira (29/10). Por trás do desempenho expressivo, porém, está uma gestão marcada por assédio, adoecimento e demissões em massa.

 


Nos últimos anos, o banco espanhol reduziu drasticamente o quadro de pessoal. O número de bancários caiu 50,4%, passando de 36.743 em 2019 para 18.230 em 2024, aponta o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos). 

 


Não para por aí. Entre junho de 2024 e junho de 2025 foram encerradas 558 agências e unidades bancárias, queda de 2.446 para 1.888 unidades físicas de atendimento em todo o país. Boa parte do lucro recorde, portanto, é resultado de demissões, do fechamento de agências, da terceirização irregular e de uma gestão marcada pela pressão por metas e adoecimento.

 


Os clientes também sentem. Com menos agências e equipes reduzidas, o atendimento é cada vez menos humanizado. Ao mesmo tempo, as tarifas continuam elevadas e, muitas vezes, abusivas. Segundo o próprio Santander, o “bom desempenho” do período se deve à melhora na rentabilidade — ou seja, ao aumento do lucro sobre o capital administrado — e ao crescimento dos ganhos obtidos com os clientes.