Saúde e clima pedem atenção
Um dado que chama atenção e exige ações emergenciais do poder público. No Brasil, aproximadamente 29% dos estabelecimentos de saúde, 26% dos leitos e 20% dos leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) estão localizados a até 500 metros de áreas de risco de desastre climático.
Por Ana Beatriz Leal
Um dado que chama atenção e exige ações emergenciais do poder público. No Brasil, aproximadamente 29% dos estabelecimentos de saúde, 26% dos leitos e 20% dos leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) estão localizados a até 500 metros de áreas de risco de desastre climático.
A pesquisa Ieps (Instituto de Estudos para Políticas de Saúde) revela que o índice é ainda maior, de 35,58%, quando se trata das unidades vinculadas ao SUS (Sistema Único de Saúde). São levados em consideração pronto-atendimento de urgência, hospitais e UBSs (Unidades Básicas de Saúde).
O estudo localizou 78.404 unidades em 1.800 municípios mapeados pelo SGB (Serviço Geológico do Brasil). Do total, 22.577 estão próximas a risco (até 500 metros), enquanto 2.039 estabelecimentos (2,6%) estão dentro das áreas de risco, comprometendo a capacidade de resposta imediata dos serviços de saúde em momentos de emergência climática.
O SUS atende, majoritariamente, populações vulneráveis, que, em geral, residem em áreas mais propensas a desastres naturais, como deslizamento de solo, inundações, alagamentos e enxurradas e erosão fluvial, marinha e de encosta.
Outra constatação da pesquisa é que há maior concentração de crianças e adolescentes (0 a 14 anos) em áreas de risco de desastre. Uma constatação que preocupa, uma vez que situações de crise climática podem impactar o desenvolvimento físico, cognitivo e emocional desta parcela da população.
