Solidão deixa idosos suscetíveis a apostas on-line
Segundo artigo publicado no RBGG (Revista da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia), entre as principais razões para o aumento da faixa etária no setor estão a solidão e o tédio. A análise pode se relacionar diretamente com dados do IBGE que afirmam que 28,7 % dos brasileiros que moravam sozinhos em 2022 tinham 60 anos ou mais.
Por Itana Oliveira
As famosas bets, que encontraram no Brasil um excelente mercado para o desenvolvimento de atividades lucrativas, estão frequentemente relacionadas à faixa etária jovem, que são, de fato, a maior parcela dos apostadores on-line no país. No entanto, o segmento já alcança idosos: o grupo representa 14% dos jogadores, de acordo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Segundo artigo publicado no RBGG (Revista da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia), entre as principais razões para o aumento da faixa etária no setor estão a solidão e o tédio. A análise pode se relacionar diretamente com dados do IBGE que afirmam que 28,7 % dos brasileiros que moravam sozinhos em 2022 tinham 60 anos ou mais.
É neste contexto que as casas de apostas encontram espaço no cotidiano dos idosos. Dados do Banco Central revelam que o grupo gasta 30 vezes mais do que jovens entre 20 e 30 anos.
O artigo do RBGG ainda expõe que o modelo de interface utilizado pelos jogos, com luzes piscando e desenhos animados, além de influenciar a população no geral, dá ao grupo mais velho a sensação de companhia e divertimento, fato arriscado, pois a perda financeira é inerente ao processo de apostas.
É um círculo vicioso: as luzes encantam e levam ao jogo, que por sua vez, leva a perda de dinheiro e traz a tristeza à tona novamente.
O problema afeta a sociedade brasileira no geral (42% dos que se arriscam estão endividados, segundo Instituto DataSenado), no entanto, a atenção à terceira idade exige reforço, considerando a vulnerabilidade do grupo diante de fatores sociais e do cuidado da saúde física e mental.
