A explosão de ações por burnout e o preço da produtividade

De janeiro a abril do ano passado, 4.585 novos processos foram registrados, já no mesmo período de 2025 o número saltou para 5.248. Reflexo do modelo capitalista e ultraliberal que prioriza resultados acima da saúde.

Por Ana Beatriz Leal

O aumento das ações trabalhistas relacionadas ao burnout, que cresceram 14,5% nos primeiros quatro meses em 2025 em comparação com o ano passado, revela que o esgotamento físico e mental gerado pelo excesso de trabalho se confirma como um problema grave do mundo moderno, que exige uma alta produtividade. 
 

De janeiro a abril do ano passado, 4.585 novos processos foram registrados, já no mesmo período de 2025 o número saltou para 5.248. Reflexo do modelo capitalista e ultraliberal que prioriza resultados acima da saúde. Pela lógica, o valor do trabalhador é medido pela capacidade de produção. 
 

A síndrome de burnout, esgotamento crônico reconhecido pela OMS (Organização Mundial da Saúde) desde 2022, é consequência da cobrança excessiva das empresas. Em um “piscar de olhos”, a pressão pela produtividade se transforma em assédio moral e adoecimento. 
 

A exploração desenfreada, a dor psíquica e física são ignoradas pelas empresas. O trabalhador acaba por ficar invisível, até ingressar com processos judiciais, que, em muitos casos, não repara os danos, sobretudo os psicológicos.