Saúde não é palco para fake news
A disseminação deliberada de mentiras por autoridades da extrema direita tornou-se uma estratégia política perigosa, com impactos profundos na saúde pública. Figuras como Donald Trump e Jair Bolsonaro usaram cargos de poder para propagar falácias, questionar evidências científicas e desacreditar instituições.
Por Julia Portela
A disseminação deliberada de mentiras por autoridades da extrema direita tornou-se uma estratégia política perigosa, com impactos profundos na saúde pública. Figuras como Donald Trump e Jair Bolsonaro usaram cargos de poder para propagar falácias, questionar evidências científicas e desacreditar instituições.
Durante a pandemia, Bolsonaro sabotou a vacinação e incentivou o uso de medicamentos ineficazes, como a ivermectina, pondo em risco milhões de vidas em nome de um projeto negacionista.
A manipulação da informação não se limita à pandemia. Recentemente, Trump voltou a atacar a ciência ao relacionar, sem qualquer comprovação, o uso de paracetamol durante a gravidez ao autismo. São declarações irresponsáveis, calcadas em preconceito e ignorância, que encontram eco em grupos ultraconservadores empenhados em desmontar qualquer estrutura pública voltada ao bem comum.
Esta guerra contra o conhecimento científico mina a confiança da população em fontes confiáveis. A consequência é o crescimento de um terreno fértil para teorias da conspiração, pseudociência e negacionismo. A extrema direita tem usado sua influência para sabotar não apenas políticas públicas, mas também o jornalismo sério e instituições democráticas, aprofundando a desinformação como projeto de poder.
Entidades médicas internacionais reagiram com firmeza. A OMS (Organização Mundial da Saúde) esclareceu que não há qualquer comprovação científica ligando o uso de paracetamol ao autismo. Já a EMA (Agência Europeia de Medicamentos) reforçou que não há necessidade de revisão nas recomendações atuais sobre o medicamento. A resposta técnica deixa evidente: o problema não está na ciência, mas na politização criminosa da ignorância.