COLUNA SAQUE
Por Rogaciano Medeiros
MARCA REGISTRADA
A entrevista de Bolsonaro ao Uol, na qual admite a possibilidade de se refugiar em uma embaixada para não ser preso por tentativa golpista, reforça as acusações de que é um “covarde”, sem coragem para encarar a Justiça e, se é mesmo inocente como diz, comprovar a inocência, como fez Lula. A covardia é marca registrada da extrema direita e de boa parte da direita.
LONGO CAMINHO
Um avanço indiscutível, a decisão do governo de isentar quem ganha até R$ 5 mil. No Brasil, o trabalhador paga IR, com alíquota alta, enquanto os donos do dinheiro nunca pagaram. Não pode haver democracia com injustiça fiscal. Mas, para virar lei é preciso aprovação do Congresso, de maioria reacionária, ultraliberal, que recentemente rejeitou a taxação do super-ricos.
EXIGE FIRMEZA
Para aprovar a isenção do IR até R$ 5 mil, o governo terá de ser firme com a esdrúxula base governista, pois para compensar uma renúncia prevista de R$ 35 bilhões anuais terá de taxar em 10% as rendas superiores a R$ 50 mil mês, hoje isentas. Aí os deputados e senadores, a imensa maioria a serviço do poder econômico, vão defender os patrões, com unhas, dentes e votos.
REDUZIR INJUSTIÇAS
Detalhe que ainda não está bem claro no projeto que amplia para R$ 5 mil a isenção do IR. Quem ganha, por exemplo, um pouco acima, hoje taxado com a absurda alíquota de 27,5%, vai continuar pagando bem mais do que rendas superiores a R$ 50 mil, atualmente isentas e que deverão passar a pagar 10%? A matéria exige ajustes para reduzir o máximo possível as injustiças fiscais.
GANHAR PRIORIDADE
Se, na injusta realidade fiscal brasileira, os trabalhadores pagam impostos e os ricos, os patrões, as elites financeiras, não, a participação dos sindicatos que os representam nas discussões e tramitação no Congresso do projeto que amplia para R$ 5 mil a isenção no IR precisa ser efetiva e contundente. O tema tem de ganhar prioridade na pauta das entidades sindicais.