COLUNA SAQUE
Por Rogaciano Medeiros
OUTRO BRASIL
Pelo fato de ser a primeira vez que um ex-presidente e auxiliares, inclusive figurões de alta patente das Forças Armadas, todos de direita e extrema direita, sentarão no banco dos réus por conspiração para golpe de Estado, o julgamento dos denunciados pela PGR alimenta a esperança de marcar o fim do ciclo golpista das elites nativas. Um novo Brasil, sem os velhos vícios.
NÃO INTIMIDA
De nada adianta a extrema direita espernear, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) abandonar o mandato de deputado para conspirar contra o Brasil nos EUA, implorar para Trump impedir a eleição de 2026 se o pai não concorrer, ameaçar o Judiciário, enfim cometer o crime que for, porque não vai intimidar o STF. Será um julgamento técnico, centrado na lei.
MESMA DIMENSÃO
Para a afirmação da democracia, o julgamento dos denunciados pela PGR, incluindo Bolsonaro, por tentativa de golpe de Estado, ganha uma dimensão política na História do Brasil República ao nível da exitosa Campanha da Legalidade, comandada por Brizola, em 1961, quando o então presidente Jânio Quadros renunciou e os militares não queriam que Jango assumisse.
BEM ANTIPOVO
É bom deixar bem claro para a sociedade. Os que não aceitam a isenção do IR para quem ganha até R$ 5 mil são os mesmos que não admitem a taxação dos super-ricos nem a recuperação do poder de compra do salário mínimo. Defendem anistia para golpista, o fim das políticas sociais e juros altos para lucrar mais à custa do povo. É a agenda ultraliberal, rentista, bolsonarista.
PLENA RAZÃO
“Os super-ricos precisam dar sua cota justa de contribuição. Não estamos pedindo nada expropriatório. O trabalhador paga até 27,5% do salário. Estamos negociando para quem ganha mais de R$ 50 mil por mês e não paga - veja bem, e não paga - passe a pagar o mínimo de 10%. Ou seja, uma coisa bastante razoável”. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tem toda razão.