COLUNA SAQUE
Por Rogaciano Medeiros
VIA AUTORITÁRIA
A decretação do estado de emergência no Peru repete, como ocorrido em El Salvador e ensaiado em outros países latinos, estratégia da extrema direita de assalto ao poder. Sob o falso argumento de combate à criminalidade, tema de apelo popular, endurece o regime, viola leis, impõe exceções, criminaliza os movimentos sociais e políticos. Bolsonaro e Moro tentaram no Brasil.
NA CENTRALIDADE
A questão da segurança pública ocupa hoje centralidade no projeto golpista da extrema direita na América Latina. Logo no primeiro ano do governo Bolsonaro (2019), o então ministro da Justiça, Sérgio Moro, apresentou projeto de combate à criminalidade, com o tal excludente de ilicitude, que dava pleno direito à polícia para matar. Daí para a ditadura, só um pulo.
COM URGÊNCIA
Justamente porque a extrema direita latina tem usado o alto índice de criminalidade como arma para gerar revolta popular, desestabilizar governos progressistas, tomar o poder à força e impor o autoritarismo, a democracia social no Brasil precisa encontrar, urgentemente, meios legais para neutralizar o crime e garantir segurança pública. Faz parte da construção da cidadania.
BEM DIFERENTES
Enquanto o STF cumpre o papel constitucional que lhe cabe, condenando os que tentaram golpe de Estado, como fez com Bolsonaro, generais e acaba de fazer com os réus do núcleo 4, a Câmara insiste em manter os mandatos de Carla Zambelli (PL-SP), presa na Itália, e Eduardo Bolsonaro (PL-SP), refugiado nos EUA. Tampouco arquivou anistia a golpistas. Uma vergonha.
ESTÁ CARIMBADO
O pedido de transferência da 1ª para a 2ª Turma do STF, a fim de garantir maioria bolsonarista junto com André Mendonça e Nunes Marques, carimba de vez o ministro Luiz Fux como ativista da extrema direita no Supremo. Indicado por Dilma, ele virou lavajatista, votou pela prisão ilegal de Lula e agora pela absolvição de Bolsonaro na ação penal da trama golpista.
