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A guerra dos 10 anos (1868-1878)

Apesar da resistência e vitórias, os insurgentes não conseguiram a independência.

A guerra dos 10 anos foi um dos mais importantes movimentos de resistência do povo cubano para se livrar do domínio espanhol. Ocorreu entre 1868 e 1878 e teve a participação efetiva e combativa de grandes revolucionários cubanos. Foram várias vitorias. Mas, ao final, foi derrotada pelas tropas espanholas.

 

Neste período, Cuba era espoliada pelos colonizadores espanhóis que retiravam da ilha altos lucros sem reverter em benefício para a população. Em 1862 apenas 3% do orçamento foram destinados a obras de fomento no país, 44% eram gastos com guerras, 41% destinados ao governo colonial (os espanhóis eram quase que exclusivamente os beneficiados), 12% eram enviados para Espanha e Fernando Poo. Os espanhóis eram 8% da população, mas se apropriavam de 90% da renda do país (Navarro, 1996, p.43).

 

Diante da frustração que era alimentada pela corrente reformista, insatisfação com altos impostos e restrições comerciais impostas pela Espanha, a rejeição a escravidão e as ideias independentistas presente em parte considerável da sociedade, começou um processo revolucionário na região oriental, onde a situação era mais grave.

 

Em julho de 1867, foi constituído o Comitê revolucionário na cidade de Bayamo, capital da província Granma, comandado por um dos proprietários de terra mais rico de Cuba, Francisco Vicente Aguilera, um homem culto, generoso e com espírito de sacrifício. A preparação da revolução se estendeu pelas principais localidades do oriente, principalmente em Manzanilo, província Granma. Alí se destacou o proprietário de terra, Carlos Manuel de Céspedes, considerado o pai da pátria cubana. Foi o principal protagonista do processo revolucionário e, junto a outras lideranças - Ignacio Agramonte, Máximo Gómez, Antonio Maceo -, teve papel fundamental no conflito.

 

No início de outubro, as autoridades espanholas descobriram que estava em curso um processo insurrecional e ordenou a prisão dos principais dirigentes. Céspedes adiantou a data da revolta e, na madrugada do dia 10 de outubro de 1868, deu o grito de independência na usina de açúcar “La Damaiagua”, município Songo - La Maya, na província Santiago de Cuba. Assim começava a guerra contra a dominação espanhola em Cuba que durou 10 anos.

 

Referência: Navarro, José Cantón, 1996, Editorial SI-MAR S.A, El Desafío Del Yugo y La Estrella. Ciudad de La Habana-Cuba

 

* Álvaro Gomes é diretor do Sindicato dos Bancários da Bahia