Reforma força cenário de negociações coletivas

Dados do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) mostram que os reajustes de abril indicam uma piora no quadro das negociações coletivas dos salários.

Por Ana Beatriz Leal

A insegurança gerada pela reforma trabalhista, aprovada em 2017 pelo governo Temer, que provocou verdadeiro estrago nas relações e normas trabalhistas, muitas vezes tem levado o trabalhador a aceitar acordos desfavoráveis. Dados do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) mostram que os reajustes de abril indicam uma piora no quadro das negociações coletivas dos salários.

 

No mês passado, o índice de reajustes acima da variação do INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) caiu para 67,7%, após ter oscilado quase sempre perto dos 80% nas datas-bases anteriores. Fevereiro foi o único mês que registrou aumentos reais em 90% dos casos.

 

O quadro preocupa ainda mais pelo fato de que o percentual de reajustes abaixo da inflação subiu para 20%. Maior índice verificado em uma data-base, desde agosto de 2022.

 

Embora o Dieese tenha analisado somente 10% dos reajustes que costumam ser registrados na data-base abril, os dados já demonstram que deve haver maior conscientização e mobilização dos trabalhadores nas campanhas salariais, além de organização dos sindicatos para enfrentar o cenário econômico e a esperteza dos patrões.