No Brasil, negros são minoria entre os mestres e doutores 

Entre 1996 e 2021, segundo estudo apresentado na Reunião Anual da SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência), 49,5% dos títulos de mestrado e 57,8% dos doutorados no país foram obtidos por pessoas brancas, em contrapartida ao número de negros na sociedade brasileira, 55,5%.

Por Itana Oliveira

Após 137 anos da abolição da escravatura, a população negra no Brasil ainda sofre as consequências do descaso ao qual foram deixados. Entre 1996 e 2021, segundo estudo apresentado na Reunião Anual da SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência), 49,5% dos títulos de mestrado e 57,8% dos doutorados no país foram obtidos por pessoas brancas, em contrapartida ao número de negros na sociedade brasileira, 55,5%.

 

Entre os mestres, apenas 4,1% são pretos, no doutorado o número é ainda menor, 3,4%. Pardos somam 16,7% e 14,7% nos segmentos, respectivamente. Indígenas são apenas 0,23% dos mestrandos e 0,3% dos doutorandos. 

 

A disparidade pode ser vista sob outro ângulo, em 2021, a média de mestres pretos a cada 100 mil habitantes era de 21,4%; pardos 16,1% e 16% quando se trata de indígenas. Os brancos ultrapassam todos os anteriores, 38,9%. 

 

A questão financeira, mais palpável que qualquer outra, exibe a desigualdade racial mais uma vez: em 2021, os mestres pretos recebiam, em média, 13,6% a menos que os mestres brancos. Entre os doutores, a diferença foi de 6,4%.