Bradesco deve explicações à sociedade
O Bradesco deve explicações diante de decisões e ‘comentários’ feitos pela alta cúpula que prejudicam diretamente milhões de brasileiros. Demissões, agências fechadas e desrespeito à legislação.
Por Rose Lima
O Bradesco deve explicações diante de decisões e ‘comentários’ feitos pela alta cúpula que prejudicam diretamente milhões de brasileiros. Ao mesmo tempo em que ostenta lucros bilionários - no primeiro semestre deste ano chegou a R$ 11,9 bilhões, aumento de 33,7% ante o mesmo período de 2024 -, o banco fecha agências, demite e transfere serviços para a população.
A denúncia foi feita pelo presidente do Sindicato da Bahia, Elder Perez, durante o Dia Nacional de Luta, realizado nesta terça-feira (12/08). A crítica ganha mais força após declarações do próprio presidente do banco, Marcelo Noronha, de que a Lei Magnitsky, legislação estrangeira, estaria acima da Constituição Federal. Uma afronta à soberania nacional.
Uma chance de explicar é na audiência pública, sexta-feira, às 10h, na Assembleia Legislativa da Bahia. “O Bradesco tem recusado sistematicamente os convites dos órgãos públicos para prestar esclarecimentos. Agora, está sendo convidado a comparecer ao parlamento baiano. Como concessão pública, o banco tem deveres com a sociedade brasileira”, destacou Elder.
Demissões e abandono
De acordo com levantamento realizado por 11 entidades sindicais em todo o país, entre janeiro e julho de 2025, o Bradesco demitiu 2.466 trabalhadores, média alarmante de quase 12 demissões por dia. Só na Bahia e Sergipe, 176 trabalhadores foram dispensados.
As demissões vêm acompanhadas pelo fechamento de agências, muitas vezes as únicas presentes em determinados municípios. Com isso, cidades inteiras ficam desassistidas de serviços bancários essenciais, um prejuízo à economia local e aos moradores.