Bancos públicos na linha de frente
A defesa da soberania, dos empregos e dos bancos públicos é inegociável. Os trabalhadores das estatais precisam estar conscientes de que são parte fundamental na luta por um Brasil soberano, democrático e socialmente justo.
Por Rose Lima
Diante da atual conjuntura, marcada por graves ameaças à soberania nacional e à democracia, não poderia ser diferente o clima nos congressos dos empregados da Caixa e do Banco do Brasil, iniciados nesta quinta-feira (22/08). O cenário é extremamente grave. O imperialismo norte-americano voltou a mostrar as garras, com a imposição de tarifa de 50% sobre produtos brasileiros pelo governo de Donald Trump.
A taxa se soma à chantagem política sobre o STF (Supremo Tribunal Federal) para livrar Bolsonaro do julgamento por tentativa de golpe de Estado, uma cortina de fumaça para esconder os reais interesses dos EUA. Travar o avanço do Brics, manter a hegemonia do dólar, explorar as vastas reservas de terras raras do Brasil e enfraquecer inovações como o Pix, que hoje representa uma ameaça concreta aos lucros bilionários de gigantes do sistema financeiro norte-americano, como Visa, Mastercard, Apple Pay e Google Pay.
O Brasil possui a segunda maior reserva de terras raras do mundo, elemento estratégico para tecnologias de ponta, armamentos e veículos elétricos. Para os Estados Unidos, garantir o acesso aos e reduzir a dependência da China é prioridade e isso coloca o Brasil diretamente no centro da disputa geopolítica global.
Neste contexto, a defesa da soberania, dos empregos e dos bancos públicos é inegociável. Os trabalhadores das estatais precisam estar conscientes de que são parte fundamental na luta por um Brasil soberano, democrático e socialmente justo. A ameaça da volta da extrema direita ao poder representa um risco real à continuidade da Caixa, do BB e das respectivas fundações e planos de saúde.
“Vivemos o aprofundamento da crise do sistema capitalista e a possibilidade da queda do império dos EUA”, afirmou Emmanuel de Jesus, da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil). “A reação de Trump espelha isso, com ameaças de intervenção, tomada de territórios e apoio irrestrito ao massacre de Israel em Gaza”.