ENEM: luta por justiça social na educação
O exame, não é apenas uma avaliação, mas um verdadeiro caminho para a transformação, rompendo barreiras e abrindo portas que, de outra forma, estariam fechadas.
Por Julia Portela
No último domingo, 16 de novembro, milhares de jovens de todo o Brasil participaram da última aplicação do ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio), que segue sendo uma das principais alternativas para milhões de brasileiros em busca de uma vida melhor por meio da educação. Em um cenário ainda marcado pelos efeitos devastadores de cortes e desmonte promovidos pelos governos anteriores, o exame se mantém como a principal porta de entrada para a universidade e uma chance de transformação social, especialmente para aqueles que mais precisam: os jovens das periferias e das comunidades marginalizadas.
Nos últimos anos, os cortes drásticos e a destruição das políticas públicas voltadas para o ensino superior deixaram muitas famílias sem alternativas. As universidades públicas, alvo constante de ataques durante a gestão ultraliberal, sofreram com precarização e restrições ao acesso. No entanto, o ENEM resistiu como um símbolo de inclusão, permitindo que milhares de jovens, muitos deles provenientes de contextos de desigualdade extrema, pudessem sonhar com a educação superior, mesmo diante do caos implantado pelos governos passados.
Esse ano compareceu aproximadamente de 70% dos mais de 4,81 milhões de inscritos confirmados, a educação sendo a chave para a mobilidade social e para a construção de uma vida digna. Em um país com altos índices de desemprego e subemprego, conquistar uma vaga na universidade significa acessar melhores condições de vida, qualificação profissional e, consequentemente, a possibilidade de um mercado de trabalho mais justo, com salários dignos e direitos garantidos. O exame, portanto, não é apenas uma avaliação, mas um verdadeiro caminho para a transformação, rompendo barreiras e abrindo portas que, de outra forma, estariam fechadas.
Apesar de todos os retrocessos e da tentativa de desmontar a educação pública, a luta pela educação de qualidade segue firme. O ENEM, ao longo dos anos, se consolidou como uma resistência, simbolizando a esperança e a determinação de jovens que acreditam na mudança por meio do conhecimento. A educação nunca será um favor, mas um direito inalienável, e é por meio dela que trabalhadores, jovens e as comunidades mais pobres continuam a se afirmar como sujeitos de suas próprias histórias, prontos para reescrever seu futuro.
