BC aumenta dívida do governo

A manutenção da taxa elevada também eleva os custos do crédito, impactando diretamente as famílias, que enfrentam juros altos em financiamentos, como o rotativo do cartão de crédito. Isso contribui para o endividamento de 78 milhões de brasileiros e acentua a desigualdade social.

Por Itana Oliveira

Ainda no início deste mês, o (Comitê de Política Monetária) decidiu, por unanimidade, manter a Selic em 15% ao ano, o maior patamar em quase 20 anos. Especialistas apontam que essa decisão tem impactos negativos para a população e compromete políticas públicas essenciais, como saúde e educação.


Dados do Banco Central mostram que o governo gastou R$ 984,8 bilhões com os juros da dívida pública no último ano, o que representa 7,98% do PIB. Esse montante poderia ser direcionado a investimentos em áreas sociais, mas é destinado ao pagamento da dívida, beneficiando principalmente o sistema financeiro.


A manutenção da taxa elevada também eleva os custos do crédito, impactando diretamente as famílias, que enfrentam juros altos em financiamentos, como o rotativo do cartão de crédito. Isso contribui para o endividamento de 78 milhões de brasileiros e acentua a desigualdade social.


Embora a inflação seja apontada como uma justificativa, especialistas ressaltam que grande parte da alta de preços no Brasil é causada por fatores externos, como variáveis climáticas e flutuações no preço da energia. Nesse contexto, a Selic elevada não resolve as causas reais da inflação e prejudica o crescimento econômico, limitando o acesso da população a melhores condições de vida.