Comando Nacional cobra respostas
O levantamento apresentado pela Fenaban mostra que 100% dos bancos possuem canais de denúncia e acolhimento, mas já expõe fragilidades. Apenas 85% criaram materiais de orientação e 89% divulgaram manifestações formais de repúdio. No novo relatório, os índices oscilaram e 88% produziram materiais e 95% publicações com declarações, sinal de que a pressão sindical ainda empurra o sistema financeiro em direção à proteção mínima dos trabalhadores.
Por Camilly Oliveira
O Comando Nacional dos Bancários cobrou, em nova rodada de negociação com a Fenaban (Federação Nacional dos Bancos), o cumprimento integral das cláusulas de combate ao assédio previstas na CCT (Convenção Coletiva de Trabalho). O ambiente de trabalho segue marcado por práticas abusivas, alimentadas por metas inalcançáveis e por modelos de gestão que naturalizam a violência e silenciam vítimas.
O levantamento apresentado pela Fenaban mostra que 100% dos bancos possuem canais de denúncia e acolhimento, mas já expõe fragilidades. Apenas 85% criaram materiais de orientação e 89% divulgaram manifestações formais de repúdio. No novo relatório, os índices oscilaram e 88% produziram materiais e 95% publicações com declarações, sinal de que a pressão sindical ainda empurra o sistema financeiro em direção à proteção mínima dos trabalhadores.
O setor ainda admite até 90 dias para resolver casos de violência, enquanto a realidade exige respostas rápidas. Dados atuais mostram que 68,9% das denúncias de 2024 foram solucionadas em até 45 dias, percentual que subiu para 78,3% no primeiro semestre deste ano após cobrança direta do Comando Nacional.
A mesa específica de Gestão ética da tecnologia, marcada para 1º de dezembro, demonstra que o setor financeiro precisará enfrentar a própria lógica de cobrança que alimenta abusos.
Recente pesquisa da KPMG mostra que 30% dos entrevistados sofreram assédio em 2024, sendo 41% no ambiente de trabalho, enquanto 92% não registraram denúncia. O número mostra medo, desconfiança e a urgência de canais que realmente garantem sigilo. A luta da categoria demonstra que enfrentar o assédio no sistema financeiro não é tarefa para ficar só no papel, mas uma disputa política contra uma estrutura que sempre lucrará mais quando o trabalhador se calar diante de abusos.
