Manutenção da Selic em 15% é escárnio
Economista pós-graduado na PUC-SP, Ladislau Dowbor, afirma que “não há dúvidas de que é, sim, possível reduzir a taxa básica de juro. A inflação no Brasil não tem nada a ver com a taxa Selic, pois não é uma inflação de demanda”.
Por Itana Oliveira
O Brasil, segundo país com maior taxa de juros no mundo, manteve a Selic em 15%, após a reunião do Copom encerrada nesta quarta-feira (30/07) como era esperado pelos analistas. A decisão não alivia as dificuldades dos brasileiros, visto que são os maiores afetados.
Segundo pesquisa da CNC (Confederação Nacional do Comércio), divulgada em julho, o endividamento das famílias brasileiras cresceu 78,2%. Inclusive, o economista pós-graduado na PUC-SP, Ladislau Dowbor, afirma que “não há dúvidas de que é, sim, possível reduzir a taxa básica de juro. A inflação no Brasil não tem nada a ver com a taxa Selic, pois não é uma inflação de demanda”.
A quem interessa a alta taxa de juros? O próprio economista responde. Segundo Dowbor, os abastados lucram com o sistema, pois compram títulos da dívida pública e enriquecem 15% ao ano. A resposta é a mesma para a maioria das perguntas: a Selic mantém a reprodução da riqueza, em um ciclo vicioso que deixa o rico mais rico e o pobre mais pobre.