Liberdade em queda livre

A grande mídia, atravessada por interesses econômicos, ajuda a alimentar o imaginário ultraconservador, enquadrando o debate público, legitimando discursos de medo e desviando a sociedade para soluções que acabam direitos sob o pretexto de falsa estabilidade. O jornalismo sente o impacto de forma direta e brutal. A autocensura se espalha, a violência contra repórteres cresce e a impunidade se consolida como regra política. 

Por Camilly Oliveira

A escalada da extrema direita em nível global, com o avanço de negacionismo, ataques à ciência e o projeto autocrático, com a ascensão de Trump nos EUA, Bolsonaro no Brasil, fez a liberdade de expressão perder 10% do alcance desde 2012, segundo a UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura).

 


O recuo histórico é comparável ao ambiente de exceção imposto pela Primeira Guerra Mundial. O retrocesso avança em sintonia com uma guinada reacionária nos parlamentos ao redor do planeta. Congressos são capturados por projetos autoritários, ampliam mecanismos de controle e tratam o diferente como ameaça à ordem. 

 


A grande mídia, atravessada por interesses econômicos, ajuda a alimentar o imaginário ultraconservador, enquadrando o debate público, legitimando discursos de medo e desviando a sociedade para soluções que acabam direitos sob o pretexto de falsa estabilidade. O jornalismo sente o impacto de forma direta e brutal. A autocensura se espalha, a violência contra repórteres cresce e a impunidade se consolida como regra política.