Redação do Enem dá voz à velhice
Mais de 3,9 milhões de estudantes participaram da prova no domingo, segundo o Inep, incluindo 17.192 pessoas idosas, aumento de 191% em relação a 2022.
Por Camilly Oliveira
O Enem de 2025 colocou no centro do debate um tema que o Brasil insiste em ignorar: o envelhecimento. Ao propor uma redação sobre “Perspectivas acerca do envelhecimento na sociedade brasileira”, o exame trouxe à tona a urgência de discutir o etarismo, que é a discriminação baseada na idade e o apagamento de uma população que cresce, mas permanece invisível.
Mais de 3,9 milhões de estudantes participaram da prova no domingo, segundo o Inep, incluindo 17.192 pessoas idosas, aumento de 191% em relação a 2022. A escolha do tema simboliza um gesto político de resistência contra uma lógica que associa valor à capacidade de produzir.
Em um país que envelhece, e que terá quase 40% da população com mais de 60 anos até 2070, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a velhice ainda é tratada como sinônimo de perda e descarte.
