Abemaciclibe pode mudar o combate ao câncer de mama

O novo passo dado pelo Ministério da Saúde reacende a esperança de muitas mulheres. A Conitec (Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS), órgão responsável por avaliar tecnologias médicas no SUS (Sistema Único de Saúde), aprovou a incorporação do abemaciclibe, medicamento usado no tratamento do câncer de mama em estágio inicial com alto risco de metástase e em casos avançados. 

Por Camilly Oliveira

O câncer de mama ainda é a principal ameaça à saúde das mulheres no Brasil. Segundo o INCA (Instituto Nacional de Câncer), o país deve registrar cerca de 74 mil novos casos neste ano. A doença atinge o corpo, abala a autoestima, identidade e o modo como a mulher é vista em uma sociedade que ainda impõe padrões de beleza e silencia a dor feminina. Enfrentar o câncer é desafiar um sistema que insiste em transformar sofrimento em estatística e saúde em privilégio.

 


O novo passo dado pelo Ministério da Saúde reacende a esperança de muitas mulheres. A Conitec (Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS), órgão responsável por avaliar tecnologias médicas no SUS (Sistema Único de Saúde), aprovou a incorporação do abemaciclibe, medicamento usado no tratamento do câncer de mama em estágio inicial com alto risco de metástase e em casos avançados. 

 


Fabricado pela farmacêutica Lilly, o remédio mostrou resultados expressivos em estudos clínicos, reduzindo a chance de retorno da doença e ampliando a vida das pacientes, avanço concreto diante da crueldade das desigualdades no acesso à saúde.

 


O governo tem até 15 dias para confirmar a decisão, e o medicamento deverá estar disponível no SUS em até 180 dias. O que está em jogo, não é só o cumprimento de prazos, mas a urgência de garantir que mulheres pobres e periféricas também tenham acesso ao que há de melhor na medicina. Tornar o abemaciclibe uma realidade no sistema público é um ato de reparação.