COLUNA SAQUE
CISÕES
Interessante e polêmica a afirmação do jurista Alysson Mascaro, professor da USP, de que o grande capital ainda não decidiu se vai apoiar Lula ou Bolsonaro em 2022. Enquanto classe, realmente não, mas há cisões evidentes entre os donos do dinheiro. São as elites que tentam uma terceira via, cada vez mais improvável, e podem decidir a corrida presidencial.
CONSCIÊNCIA
Difícil acreditar que em 2022 o grosso do capital possa apoiar as forças progressistas, que não aceitariam repetir o papel sujo, lesa-pátria, feito por Temer e Bolsonaro. Isso, porém, não impede o candidato do campo popular de buscar alianças com frações das elites, mesmo sabendo que não abrem mão do projeto ultraliberal. Importante é ter consciência de como e o que negociar.
POSSIBILIDADE
O caminho para as forças progressistas ganharem a eleição presidencial em 2022 é construir um bom programa de governo, com inclusão social e desenvolvimento sustentável, capaz de seduzir e conquistar as massas, com um candidato carismático, além de importantes apoios das elites não negacionistas. É possível, sim, derrotar a extrema direita neofascista.
APUROS
O fato de ter conseguido adiar para o dia 19 o depoimento do ex-ministro Pazuello não significa que o governo está livre de apuros esta semana na CPI da Covid, que recomeça nesta terça-feira. Entre os depoentes estão o presidente da Anvisa, Barra Torres, o ex-secretário de Comunicação Fábio Wajngarten e dois diretores da Pfizer. Mais complicações para Bolsonaro.
ULTRAJE
É o típico procedimento que, se pretende dar alguma satisfação à sociedade, termina por revoltá-la. Quase dois meses após o desaforo ocorrido em 24 de março, quando Filipe Martins, assessor internacional de Bolsonaro, fez gesto supremacista branco no Senado, a Procuradoria da República pede explicações. Parece brincadeira. Cidadania ultrajada.
