COLUNA SAQUE
Por Rogaciano Medeiros
ETERNO MUJICA
Uma enorme perda para o progressismo latino-americano, a morte do ex-presidente do Uruguai, Pepe Mujica, que dedicou toda a vida na defesa da democracia, combate à pobreza, na resistência ao jugo estadunidense e europeu no subcontinente. Um homem cuja trajetória, marcada por simplicidade e humanismo, o eternizará na História da América Latina.
COM ALTIVEZ
Declarações de Lula em Pequim e na Cúpula China-Celac (Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos) que reafirmam a multipolaridade e a autodeterminação: “A relação Brasil e China nunca foi tão necessária”. Outra: “O futuro da América Latina depende do nosso comportamento”. Mais uma: “Depende de nós sermos grandes ou pequenos”. Soberanamente.
PRINCÍPIOS BRICS
O que os países do Brics querem é manter relações diplomáticas e comerciais com os Estados nações que acharem melhor, fazer os negócios que mais lhes convenham, na moeda que considerarem mais vantajosa, sem imposições, ameaças ou agressões. Princípios que se opõem às práticas imperialistas (EUA e UE) de expropriação da riqueza alheia. A geopolítica está mudando.
TUDO PASSA
Se os EUA e a UE não entenderem que o mundo gira e, apesar de todo poder que ainda têm, não terão mais tanta facilidade para saquear as riquezas das nações, como sempre fizeram, que uma nova ordem geopolítica está se consolidando, que o Brics e a multipolaridade são inexoráveis, aí só irão acelerar o ocaso imperial, por mais belicosos que sejam. Nada é imutável.
NA DECOLONIALIDADE
Com a evolução e aperfeiçoamento da multipolaridade, do direito de cada povo construir o próprio caminho, a tendência natural é as novas classes dirigentes abandonarem a formação entreguista e lesa-pátria que hoje as norteiam. É o que a Sociologia chama de decolonialidade, processo no qual os valores do colonizador são extintos, perante a afirmação da soberania.
