COLUNA SAQUE
Por Fabiana Pacheco
LUA MINGUANTE
Durou menos do que namoro de reality show a lua de mel entre Gabriel Galípolo e o PT. O presidente do BC, tido inicialmente como esperança para a política de juros extorsiva praticada por Roberto Campos Neto, virou agora persona non grata por manter a Selic nas alturas, defender a autonomia do BC e bater cabeça com Haddad no IOF. Romance curto, ressaca longa.
DÉJÀ VU
Quando Galípolo sentou na cadeira de Campos Neto, a expectativa era por uma guinada na política do BC, mas veio só um replay com moldura nova. A base governista sonhava com cortes rápidos na Selic, mas acordou com os mesmos juros altos, agora em 14,75%. O "novo" BC manteve a velha cartilha, e a esperança da democracia social virou estatística frustrada. Só mudou o crachá.
SINTONIA PERDIDA
Galípolo era a chance de reaproximar o governo do Banco Central. Mas virou ruído na frequência. A fé dos brasileiros em uma guinada na política econômica do BC se dissolveu entre juros altos e discurso desalinhado à retomada do crescimento. A lua de mel virou divórcio. Agora, o presidente do BC é mais um enigma na equação do governo. Desatar esse nó vai exigir jogo de cintura.
GOLPE ENSAIADO
Bolsonaro, que jura não ter tramado golpe, é acusado de ensaiar o coro da própria defesa. Ligou para Mourão na véspera do depoimento ao STF pedindo falas sob medida, especialmente que nunca ouviu dele nada sobre ruptura institucional. Sutileza não é o forte do capitão. A cena lembra mais uma peça mal ensaiada de um roteiro ruim de série sobre conspirações fracassadas. Obstrução bem amadora.
CONTA ALTA
Bolsonaro gastou milhões na aventura americana do filho 03, tentando forçar sanções contra ministros do STF e agora corre risco real de ter os bens congelados e até de ser preso. A informação da Folha de S.Paulo é de que a Suprema Corte avalia prisão e bloqueio de bens do ex-presidente por custear ofensiva de Eduardo contra a Corte nos EUA.
