COLUNA SAQUE
Por Rogaciano Medeiros
PLENA LEGALIDADE
Independentemente do resultado do julgamento da ação penal sobre a conspiração para golpe de Estado, ficam desmoralizadas, ou seja, desmentidas, as fake news bolsonaristas, pois todos os interrogados até agora foram unânimes em afirmar não saber de nada que desabonasse as urnas eletrônicas, muito menos fraude na eleição, como diziam os bolsonaristas.
FALA MANSA
Outrora arrogantes e ameaçadores, que tanto xingaram e prometiam retaliações contra o ministro do STF, Alexandre de Moraes, agora em interrogatório no STF os réus do núcleo crucial recorrem a fala mansa, com voz pastosa, aparentemente tranquilos, embora claramente ansiosos, como se tal postura possa livrá-los da cadeia. As provas os condenam.
COMPLICOU TRÊS
Se as provas autônomas já são incriminatórias, o interrogatório de Mauro Cid, primeiro na ação penal, deixou três réus do núcleo 1 mais próximos da cadeia. O tenente-coronel reafirmou no STF que Bolsonaro revisou o plano golpista, o almirante Garnier colocou as tropas da Marinha à disposição, enquanto o general Braga Netto arranjou dinheiro para financiar a intentona.
ENGANA NINGUÉM
A desfaçatez é marca registrada bolsonarista. Segundo interrogado na ação penal, o deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ), ex-presidente da Agência Nacional de Informações, teve a cara de pau de afirmar que o plano golpista encontrado com ele continha apenas “opiniões pessoais” e que nunca usou a Abin para atacar as urnas eletrônicas. Só que as provas o desmentem.
PROVAS SUFICIENTES
Claro que as delações do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordem de Bolsonaro, os depoimentos das testemunhas - acusação e defesa -, assim como os interrogatórios dos réus, que para livrar a pele podem complicar ainda mais um ao outro, são fundamentais, porém, independentemente disto, o STF dispõe de provas autônomas suficientes para prender todos golpistas.