COLUNA SAQUE
Por Rogaciano Medeiros
PARA SOCIOLOGIZAR
A chacina do governador Cláudio Castro (PL), com cerca de 130 mortos, merece repúdio e investigação da PF, mas as forças progressistas, até mesmo para melhor enfrentar o fascinazismo, não podem desprezar dados objetivos como 57% da população do Rio apoiaram a operação e a aprovação do governo subiu para 40%. A sociedade brasileira é conservadora e piorou com Bolsonaro.
NAS CATEDRAIS
Só mesmo por tolice ou cretinice, alimentar a farsa de que os verdadeiros chefões do narcotráfico moram nas favelas do Rio ou em bairros periféricos, Brasil afora, como se tenta “vender” à opinião pública. É óbvio que não. Os tubarões que lucram bilhões com drogas, mercado ao nível de petróleo e armas, estão nos palácios e catedrais dos tais “homens de bem”. Nas elites.
MANOBRA ELEITORAL
As próprias motivações da operação policial nos complexos do Alemão e da Penha, assim como o descarado uso político da matança, não deixam dúvida de que a extrema direita vai basear as fake news da corrida presidencial no aumento da criminalidade. O governo federal precisa estar preparado para mostrar que tem feito a sua parte, embora segurança pública seja função dos estados.
MESMA RAIZ
As mais de 400 mortes já provocadas por violentas operações policiais do governo Cláudio Castro (PL) resultam da mesma necropolítica de Bolsonaro, cuja omissão permitiu que a pandemia matasse mais de 700 mil brasileiros. A extrema direita é assim, quando não mata de fome ou doença, mete bala no povo. É possível, sim, combater a criminalidade sem matança.
PRESENTE NATALINO
Como diz o povo, “está chegando a hora de a onça beber água”, ou melhor, de a institucionalidade fazer justiça com quem tentou dar golpe de Estado. Os últimos recursos dos golpistas estão se dissipando legalmente e, muito provavelmente, antes do fim do ano Bolsonaro e generais já estarão no xilindró. Um ótimo presente de Natal para a democracia.
