COLUNA SAQUE
Por Rogaciano Medeiros
COERÊNCIA BRICS
Bem coerente com a prática de multilateralismo, que o Brasil e o Brics tanto defendem, a declaração do presidente Lula na reunião da Cúpula da Ásia, de que o Sul global precisa “escapar da armadilha dos alinhamentos automáticos e situações de dependência”. Duas condições que inviabilizam outro pré-requisito vital à civilidade: a autodeterminação dos povos.
QUE CATEGORIA!
“Somos países biodiversos, com culturas plurais, histórias entrelaçadas e desafios comuns. Partilhamos a convicção de que um mundo multipolar é mais propício à paz do que um planeta dividido por rivalidades estratégicas. Consideramos a cooperação um caminho mais promissor para a prosperidade do que a competição”. Do presidente Lula, na Ásia. Simplesmente brilhante.
VALIDADE VENCIDA
Ao afirmar, em entrevista coletiva à imprensa, na Ásia, que “Bolsonaro faz parte do passado” político brasileiro, Lula, em hipótese alguma, minimizou o risco que a extrema direita ainda representa para o Estado democrático de direito no Brasil. Ele se referiu ao indivíduo, não à ideologia. E tem razão, pois o ex-presidente está inelegível pelo TSE. Ou seja, fora da validade.
FALTOU TENEBROSO
Ao afirmar, na Malásia, que “Bolsonaro faz parte do passado da política brasileira”, Lula faltou acrescentar o adjetivo tenebroso, melhor expressão para retratar os quatro anos da tragédia bolsonarista, que levou o Brasil a uma crise econômica, política, social e ética sem precedente na História. A sociedade tem renegado a extrema direita, nos planos penal e eleitoral. Axé.
NATALINA CADEIA
Como previsto pelo STF, o julgamento do núcleo crucial da trama golpista, que envolve Bolsonaro e generais, deve estar mesmo concluído antes do final do ano. Os últimos recursos serão julgados pelo Supremo no dia 7 de novembro, sexta-feira da próxima semana. Traduzindo em miúdos, os réus têm tudo para passar o Natal e o Réveillon na cadeia. Sem Papai Noel, claro.
