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Melhor presente de Natal

No artigo, o jornalista Rogaciano Medeiros reflete sobre o futuro do país com a eleição de Lula, já que os atos antidemocráticos orquestrados por bolsonaristas continuam em frente aos quartéis.

Tomara que se mostre verdadeira a previsão de que a sequência natural da normalidade institucional, o avanço dos trabalhos da equipe de transição, a chegada da Copa do Mundo e a aproximação das festas de fim de ano serão capazes de dissipar a onda neofascista, escancaradamente montada, financiada e organizada por bolsonaristas. O ideal é que isto aconteça logo, porque a médio prazo o restabelecimento da vida democrática é inexorável.


Ferida gravemente durante quatro anos e ainda sob a sabotagem da extrema direita, que até 31 de dezembro detém o controle de poderosos segmentos da burocracia estatal, a democracia ainda não acumula força suficiente para debelar de vez a insanidade neofascista, mantida e fomentada por frações das elites políticas, econômicas e militares, apesar de as urnas já terem anunciado a chegada de novos tempos, de luz e prosperidade.


Infelizmente, ao que parece, pelo ritmo que vai, o fim definitivo dos atos antidemocráticos, do circo neofascista montado em frente aos quartéis, só acontecerá mesmo após a posse de Lula, a partir de quando a máquina do Executivo estará sob o signo da legalidade e não a serviço do projeto autocrático de Bolsonaro.

É uma pena, pois o melhor presente de Natal para o Brasil e os brasileiros seria comemorar as festas de fim de ano sem as pavorosas cenas de horror promovidas diariamente por criminosos neofascistas em importantes cidades do país, incompatíveis com o espírito natalino de amor ao próximo e o sentimento de confraternização universal do Reveillon.


De qualquer forma, fica a certeza de que, após tanto sofrimento e dor, o país tem a certeza de que poderá desfrutar da chegada de um  autêntico Feliz Ano Novo. Ainda bem.

 

* Rogaciano Medeiros é jornalista