Proteção de Dados com Justiça Social
No artigo,diretor do Sindicato dos Bancários da Bahia e presidente do IAPAZ, Álvaro Gomes, falou sobre o debate, realizado no dia 14 de janeiro, que contou com intervenções dos expositores e demais participantes, refletindo sobre Proteção de Dados como Instrumento de Justiça Social diante das novas tecnologias e da popularização da internet e das redes sociais.
No dia 14/01/23, na sede do Sindicato dos Bancários da Bahia houve um importante evento promovido pelo DataPrivacy, IAPAZ e Defensoria Pública da Bahia, com o tema Proteção de Dados como Instrumento de Justiça Social. Foi um debate muito produtivo, com diversas intervenções dos expositores e dos demais participantes, refletindo sobre esta temática diante das novas tecnologias e da popularização da internet e das redes sociais.
Hoje a internet e as redes sociais tornaram-se uma necessidade para toda sociedade, entretanto muitos problemas também aparecem e precisam de solução, podemos citar a desigualdade no acesso a estas tecnologias, a proliferação das fake News, a exposição dos usuários ao serem obrigado a liberarem seus dados para poder ter acesso as diversas informações e serviços oferecidos de forma virtual.
Os dados dos usuários ficam armazenados nas diversas plataformas sob o controle de quem detém a tecnologia e dos grandes empresários da área, muitas vezes utilizados de forma prejudicial, como por exemplo traçando o perfil psicológico das pessoas para utilizar de forma inadequada e que tem tido como consequências uma onda de ódio espalhada na sociedade. Tem servido também para alimentar o grande capital estimulando o consumismo e aumentando a lucratividade dos capitalistas.
É preciso que haja um maior controle social sobre o avanço dessas tecnologias que impactam a vida das pessoas individualmente e da sociedade como um todo, o cidadão ou cidadã precisa ter acesso ao banco de dados onde suas informações estão armazenadas e saber como estão sendo utilizadas, precisa ter sua privacidade resguardada, acesso aos diversos serviços sem precisar se expor de forma desnecessária.
Ainda que a internet e as redes sociais hoje sejam controladas por aqueles que estão preocupados apenas com sua alta lucratividade e que não tem nenhuma preocupação social, não podemos negar a importância dessas novas tecnologias. Não devemos ter o mesmo comportamento dos ludistas que na revolução industrial no século VIII na Inglaterra se revoltavam e quebravam as máquinas diante das péssimas condições de trabalho dos operários na época.
A internet e as redes sociais são úteis e se bem utilizadas, podem proteger os dados dos usuários e também contribuir para a construção de uma sociedade com paz e justiça social.
*Álvaro Gomes é diretor do Sindicato dos Bancários da Bahia e presidente do IAPAZ
