Saúde pública reage a crise climática

Chamado de Plano de Ação para a Saúde de Belém, o projeto tem como foco a construção de sistemas de saúde resilientes e sustentáveis.

Por Julia Portela

O Brasil vai apresentar, durante a COP30, em Belém, um plano inédito de adaptação do setor de saúde aos impactos das mudanças climáticas. A iniciativa busca preparar o país para enfrentar situações cada vez mais frequentes de calor extremo, enchentes e desastres ambientais, que já afetam diretamente a vida e o bem-estar da população, sobretudo das camadas mais vulneráveis.

 

 

Chamado de Plano de Ação para a Saúde de Belém, o projeto tem como foco a construção de sistemas de saúde resilientes e sustentáveis. A proposta inclui medidas como reorganização dos horários e rotinas de atendimento durante períodos de calor intenso, fortalecimento da vigilância sanitária e climática, capacitação de profissionais e incentivo à inovação ambiental na cadeia produtiva da saúde.

 

 

O primeiro eixo do plano prevê a criação de um sistema integrado de vigilância que una informações sobre clima, meio ambiente e saúde, permitindo identificar antecipadamente riscos como aumento da poluição, degradação da água, proliferação de vetores e ondas de calor. A antecipação desses dados é essencial para evitar tragédias e proteger vidas.

 

 

A iniciativa rompe com a postura negligente e negacionista que, por anos, marcou a condução das políticas ambientais e de saúde. Representa uma tentativa de reconstruir a responsabilidade pública diante da crise climática, que atinge com mais força a população trabalhadora e periférica. Em um cenário global dominado por modelos ultraliberais que tratam o meio ambiente como mercadoria, o plano reafirma o papel do Estado na defesa da vida e da dignidade humana.