Falta segurança nas agências do Santander
O novo modelo de agência adotado pelo banco, sem portas de segurança e vigilantes, é um verdadeiro passe livre para a violência. O clima é de apreensão, pânico e alerta.
Por Ana Beatriz Leal
Apesar de todos os alertas do movimento sindical e da lucratividade exorbitante, o Santander, que lucrou R$ 7,5 bilhões no primeiro semestre deste ano, negligencia a segurança nas agências. Enquanto somente o dinheiro importa, a vida humana é deixada de lado.
O novo modelo de agência adotado pelo banco, sem portas de segurança e vigilantes, é um verdadeiro passe livre para a violência. O clima é de apreensão, pânico e alerta.
Em Salvador, existem casos de roubos, agressões verbais e físicas e conflitos constantes com os clientes. Há situações, inclusive, que foram parar na delegacia. Sem proteção, o bancário fica exposto.
Embora o risco e a gravidade do problema exijam ação imediata, o banco não toma providências. Ao contrário, só se preocupa em assediar, para que os lucros sejam cada vez maiores. Como resultado, bancários pressionados e com problemas psicológicos, como síndrome do pânico e ansiedade.
O abalo na saúde mental é inevitável. Tanto é que foi a principal causa dos afastamentos na categoria, ano passado. De acordo com o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), as doenças mentais e comportamentais foram responsáveis por 55,9% dos afastamentos acidentários e por 51,8% dos afastamentos previdenciários de bancários no país.
No recorte da Bahia e Sergipe, conforme resultado da consulta aplicada, 95% dos trabalhadores têm consciência de que o ambiente de trabalho nos bancos adoece. Somente 2,6% acreditam que a rotina nas agências e departamentos não impacta diretamente na saúde mental.