COLUNA SAQUE
DIVINO CASTIGO
Menos de 24 horas após o TRE-AM cassar o mandato do deputado federal Silas Câmara (Republicanos), líder dos evangélicos na Câmara, por gastos irregulares, o TRE-RJ decide pela cassação do deputado estadual Fábio Francisco (UB), por ter usado a igreja para se eleger. Mesmo modo de operação da maioria deles e delas. O caminho religioso para o poder político.
PREOCUPA, SIM
Como mostram os fatos sociais e políticos, a tal teologia da prosperidade, que troca a solidariedade e fraternidade cristãos pelo endeusamento à vida material, predominante entre os neopentecostais, já merece, há algum tempo, um cuidado especial, pois se tornou centro de transmissão de valores e práticas ultraconservadores que põem em risco o Estado democrático de direito. Escancaradamente.
PECADO POLÍTICO
Em uma democracia, é normal que grupos sociais, dentro da legalidade, se organizem politicamente e almejem a conquista do poder. Mas, há caminhos próprios para tanto. O que não pode é se constituir como igreja, gozar de benefícios do segmento, e agir como se fosse partido político. Assim é driblar a legislação e não deve ser tolerado. Pelo bem da sociedade.
COMEÇOU MAL
Em vez da declaração de que a direção da Abin vê com “tranquilidade e entusiasmo” as investigações sobre espionagem ilegal no governo Bolsonaro, o novo diretor adjunto, Marco Cepik, deveria era dizer que o órgão defende a punição exemplar dos culpados, por se tratar de grave crime contra o Estado democrático de direito, e garantir colaboração. Aí, sim.
NA CONCEPÇÃO
Se o governo e os especialistas da área consideram importante a manutenção da Agência Brasileira de Inteligência, é requisito indispensável não apenas a mudança de nomes na direção, mas acima de tudo de concepção de atuação. Na Abin, ainda sobrevivem valores da época da ditadura militar. Não em vão, boa parte dos integrantes apoia a extrema direita. Daí os desvios.