COLUNA SAQUE
Por Rogaciano Medeiros
SAIU PIOR
Embora os bolsonaristas já estejam usando as redes sociais com fake news produzidas pela milícia virtual para animar os teleguiados, com postagens sobre o “bom desempenho” do ex-presidente, o que só eles viram, a realidade é que Bolsonaro, do ponto de vista técnico e legal, saiu do interrogatório no STF em situação mais complicada do que entrou. Um erro atrás do outro.
FOI ESTUPIDEZ
O interrogatório de Bolsonaro, mais esperado entre os oito réus do núcleo crucial da trama golpista, expôs a estupidez do ex-presidente que, sem ter como se defender das provas contundentes, procurou tergiversar. Respondeu perguntas sobre graves acusações, alegando ser do “meu temperamento”, como se isto pudesse justificar os crimes cometidos. Era melhor se calar.
QUE TRISTEZA
A insensatez demonstrada durante o interrogatório no STF reafirma a completa irresponsabilidade política, legal e social de Bolsonaro. Além da peculiar covardia, recorreu a brincadeiras impróprias para um caso tão sério. Chegou a convidar Moraes para ser vice dele em 2026. O ministro declinou, óbvio. Triste saber que um homem deste chegou à presidência da República.
MENOS COVARDE
Evidentemente, a estratégia adotada não o livra da responsabilidade legal, mas dos réus interrogados no STF, o ex-ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira, foi o menos covarde. Reconheceu o crime cometido ao embarcar na aventura golpista de Bolsonaro e pediu desculpas publicamente. Os demais se afrouxaram, negaram tudo, mas as provas os incriminam.
LEMBRA LULA
A inabilitação político-eleitoral de Cristina Kirchner pela suprema corte argentina, em decisão controversa e de frágil sustentação legal, o que facilita a continuidade da extrema direita no poder, reproduz o golpe de 2018 no Brasil, com aval do STF, ao tirar Lula da disputa para permitir a vitória de Bolsonaro, que levou o país ao caos e quase à ditadura. A história se repete.
