COLUNA SAQUE
Por Rogaciano Medeiros
PRECISÃO SUPREMA
Em uma realidade brasileira marcada por fortes ataques da extrema direita à institucionalidade, com o país transformado em laboratório do fascinazismo no Sul global, o Supremo tem sido, indiscutivelmente, o grande baluarte mantenedor da ordem constitucional. Daí a importância da precisão de Lula nas futuras indicações para o STF. Que os deuses da democracia o iluminem.
MESMA PEGADA
Logo após, em abril de 2018, o STF negar habeas corpus para Lula com cinco dos seis votos contra dados pelos ministros Fux, Weber, Barroso, Cármen e Fachin, indicados por ele e Dilma, o teólogo Leonardo Boff, com muita razão, questionou os critérios das indicações, que realmente exigem rigor pleno. As duas últimas escolhas estão aprovadas. Que continue assim.
PERDE NADA
Nenhuma perda para a afirmação do Estado democrático de direito nem para a preservação de um STF com ampla maioria garantista, a anunciada aposentadoria da ministra Cármen Lúcia, logo após Barroso deixar a Corte. Os dois fraquejaram diante dos crimes da Lava Jato e votaram pela prisão de Lula sem provas. Seria ainda melhor se Fux também fosse embora.
OUTRO GOLPE
A História registra. A negação do habeas corpus preventivo para Lula, em 2018, quando o então comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas, intimidou o Supremo com ameaça de intervenção militar, foi decisiva para a tragédia que veio a seguir com a prisão ilegal de Lula, a eleição de Bolsonaro e a ascensão ao poder do fascinazismo ultraliberal. Foi outro golpe, claro.
HEGEMONIA GLOBAL
Do cientista político norte-americano John Mearsheimer sobre o poder global: “O erro americano foi acreditar que a globalização e a interdependência transformariam a China em uma parceira submissa dentro da ordem liderada por Washington. O que ocorreu foi o oposto, Pequim utilizou o sistema criado pelos EUA para acelerar o seu próprio crescimento”.