Mais ricos impactam negativamente o meio ambiente 

Os dados mostram que, entre 2017 e 2018, os 10% mais ricos foram responsáveis por 72% de todas as emissões de gases do efeito estufa ligadas à aviação no país, o que equivale a 167,8 mil toneladas de CO2 do total de 232,7 mil toneladas emitidos no Brasil.

Por Itana Oliveira

No Brasil, a elite financeira é responsável pela maior parte da crise climática. Estudo do centro de pesquisas Made, da USP (Universidade de São Paulo), revela que a desigualdade no país permite que uma minoria rica destrua o meio ambiente, enquanto a maioria pobre paga o preço.

 

Os dados mostram que, entre 2017 e 2018, os 10% mais ricos foram responsáveis por 72% de todas as emissões de gases do efeito estufa ligadas à aviação no país, o que equivale a 167,8 mil toneladas de CO2 do total de 232,7 mil toneladas emitidos no Brasil.

 

No sentido oposto, os 50% mais pobres da base da pirâmide não chegam a somar 10% do total. Menos de 1% dos entrevistados de baixa renda declarou ter viajado de avião. Cerca de 2,3 milhões de pessoas entre os 10% mais ricos viajaram de avião, enquanto nos 90% restantes da população, o número foi de 1,7 milhão.

 

O gasto mensal dos 5% mais ricos com a aviação é 39,7% superior ao de todo o restante da população somada. Em uma perspectiva mais ampla, o 1% mais rico do Brasil contribui 7 vezes mais para a crise climática do que os 10% mais pobres. Globalmente, o 1% mais rico é responsável por mais de 40% das emissões de gases-estufa.

 

A COP30 estimou que a taxação de jatinhos e transporte marítimo poderia arrecadar entre US$ 4 bilhões e US$ 223 bilhões anuais para o financiamento climático.

 

Os dados reafirmam o poder destrutivo do sistema capitalista, que além de impactar massivamente o meio ambiente, ainda segrega parte da população através do poder monetário.